sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Antoine de Saint-Exupéry

Eu não preciso de ti.
Tu não precisas de mim.
Mas,
se tu me cativares, e se eu te cativar...
ambos precisaremos, um do outro
Antoine de Saint-Exupéry

o acaso- antoinede saint-exupery

ACASO

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "
Antoine de Saint-Exupéry

como é que se esquece alguém que ama- miguel cardoso

Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

domingo, 31 de julho de 2011

Clarice Lispector

"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz."
Clarice Lispector

Clarice Lispector

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Clarice Lispector

Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões

William Shakespeare

É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.
William Shakespeare
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Fernando Sabino
Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.
Carlos Drummond de Andrade

Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição.
Carlos Drummond de Andrade
    Os homens são como as moedas; devemos tomá-los pelo seu valor, seja qual for o seu cunho.
    Carlos Drummond de Andrade

    Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.
    Carlos Drummond de Andrade
    A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.
    Carlos Drummond de Andrade


    !! * Digα prα vidα eu sou mαis eu, digα pro αlvo αí vou eu,
    flechα veloz nαs mãos de Deus, vαi em frente que o mundo é seu! :B
    pois é α fé que fαz o herói olhαr prα dentro de você,
    reαlizα quem constrói, α gente nαsce prα vencer!
    o único pαsso entre o sonho e a reαlidαde é α αtitude...
    porquê não é só belezα; é CONTEÚDO..



    quinta-feira, 28 de julho de 2011

    terça-feira, 26 de julho de 2011

    O Amor
    E alguém disse:
    Fala-nos do Amor:

    - Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
    ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
    E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
    ainda que a espada escondida na sua plumagem
    vos possa ferir.

    E quando vos falar, acreditai nele;
    apesar de a sua voz
    poder quebrar os vossos sonhos
    como o vento norte ao sacudir os jardins.

    Porque assim como o vosso amor
    vos engrandece, também deve crucificar-vos
    E assim como se eleva à vossa altura
    e acaricia os ramos mais frágeis
    que tremem ao sol,
    também penetrará até às raízes
    sacudindo o seu apego à terra.

    Como braçadas de trigo vos leva.
    Malha-vos até ficardes nus.
    Passa-vos pelo crivo
    para vos livrar do joio.
    Mói-vos até à brancura.
    Amassa-vos até ficardes maleáveis.

    Então entrega-vos ao seu fogo,
    para poderdes ser
    o pão sagrado no festim de Deus.

    Tudo isto vos fará o amor,
    para poderdes conhecer os segredos
    do vosso coração,
    e por este conhecimento vos tornardes
    o coração da Vida.

    Mas, se no vosso medo,
    buscais apenas a paz do amor,
    o prazer do amor,
    então mais vale cobrir a nudez
    e sair do campo do amor,
    a caminho do mundo sem estações,
    onde podereis rir,
    mas nunca todos os vossos risos,
    e chorar,
    mas nunca todas as vossas lágrimas.

    O amor só dá de si mesmo,
    e só recebe de si mesmo.

    O amor não possui
    nem quer ser possuído.

    Porque o amor basta ao amor.

    E não penseis
    que podeis guiar o curso do amor;
    porque o amor, se vos escolher,
    marcará ele o vosso curso.

    O amor não tem outro desejo
    senão consumar-se.

    Mas se amarem e tiverem desejos,
    deverão se estes:
    Fundir-se e ser um regato corrente
    a cantar a sua melodia à noite.

    Conhecer a dor da excessiva ternura.
    Ser ferido pela própria inteligência do amor,
    e sangrar de bom grado e alegremente.

    Acordar de manhã com o coração cheio
    e agradecer outro dia de amor.

    Descansar ao meio dia
    e meditar no êxtase do amor.

    Voltar a casa ao crepúsculo
    e adormecer tendo no coração
    uma prece pelo bem amado,
    e na boca, um canto de louvor.
    Kalil Gibran